A Justiça determinou a transferência de Rafael Silva Gomes, acusado de matar a adolescente Maria Victória Rodrigues dos Santos, para a Penitenciária Vereda Grande, em Floriano. Rafael Silva, que é padrasto da vítima, foi apontado pela Polícia Civil como o responsável pela morte da garota, que estava grávida e foi assassinada dentro da própria casa, em Itaueira, no dia 24 de março deste ano.
A decisão foi assinada pelo juiz Breno Borges Brasil, em 30 de abril de 2025.

Na decisão, o magistrado ressaltou que a prisão foi regularmente cumprida, conforme relatado pela autoridade policial, sem registro de qualquer vício ou irregularidade no ato prisional. “Foram observados os requisitos legais para a prisão temporária, incluindo a comunicação imediata à autoridade judicial competente. Não há elementos que indiquem abuso de poder, ilegalidade ou irregularidade que justifique o relaxamento da prisão neste momento, sendo certo que foram respeitadas todas as formalidades legais”, disse o magistrado.
O juiz autorizou ainda a remoção de Rafael Silva Gomes para a Penitenciária de Floriano, enquanto perdurar o período da prisão temporária do acusado.
Entenda o caso
No dia do crime, ocorrido em 24 de março deste ano, a mãe de Maria Victória Rodrigues dos Santos havia saído de casa e retornado por volta das 20h. Ao chegar, percebeu que a porta da residência estava aberta. Inicialmente, imaginou que a filha estivesse com o padrasto. Após tentar contato por telefone e não obter resposta, ou a procurar por Maria Victória nos cômodos da casa. Ao entrar no próprio quarto, encontrou a filha caída no chão, ensanguentada e já sem sinais vitais.
A adolescente, que estava grávida de cinco meses, apresentava perfurações no tórax, inchaço no rosto e no pescoço, além de hematomas no braço. Familiares relataram ter encontrado uma faca na residência no dia do crime, mas o objeto desapareceu.
Inicialmente, o ex-namorado da vítima, pai do bebê que ela esperava, foi considerado o principal suspeito. Entretanto, após o avanço das investigações, a Polícia Civil descartou seu envolvimento direto no caso.
Com o objetivo de reunir mais provas que ajudassem a esclarecer a autoria do homicídio, o corpo de Maria Victória foi exumado no dia 10 de abril, permitindo a realização de exames biológicos complementares.
Prisão do padrasto
De acordo com o delegado João Ênio, responsável pelo caso, foi necessário representar, junto ao Poder Judiciário, o afastamento do sigilo telemático do padrasto Rafael Silva Gomes. Com isso, verificou-se que ele esteve no horário e local onde ocorreu o crime. “Foram necessárias inúmeras representações ao Judiciário para obtermos dados fornecidos por provedores de conexão, de aplicação e operadoras de telefonia. A análise dessas informações nos permitiu identificar a presença de R.S.G. no local do crime, no momento do crime. São dados irrefutáveis, inquestionáveis, que nos permitem chegar a essa conclusão”, explicou o delegado João Ênio.
Em razão disso, foi pedida a prisão temporária do acusado, que foi cumprida na última sexta-feira.
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